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A vida, o capitalismo, minhas impressões.




Comecei este post pelo final, mas enfim, espero que gostem ou no mínimo, respeitem.



Nem sempre queremos falar de Direito, muitas vezes é bacana falarmos das impressões que a vida nos causa. Tá certo que, de uns tempos pra cá, algumas coisas andam me incomodando muito. Às vezes você está tão no automático que nem percebe o quanto a vida tá ficando pra traz, não é mesmo?




Às vezes tenho essa impressão, mas fazer o que esse mundo capitalista nos move de uma forma que deixamos de ter forças pra lutar contra ele. Claro que você pode inovar e tentar sair por aí, se aventurando na busca do primeiro milhão, seria tããão fácil. Mas isso não dá certo pra todo mundo. Quem está disposto a arriscar tudo ? Feliz eram meus avós, que possuíam o pedacinho de chão deles nesse mundo astronômico, e apesar da sua certa humildade fizeram daquela terra o seu mundo e, tiraram de lá o seu sustento e da sua família, aquele pedaço de mundo me fazia muito feliz, ah, como éramos felizes, ao fazer pão no forno de barro, ao ralar milho e fazer pamonha. Tempos bons que me ensinaram a valorizar o amor, o carinho e me ensinaram a respeitar. Valores estes que hoje, assim como muitas situações do direito, na política, estão empobrecidos, à margem da nossa sociedade.
Embora muitos de nós extraímos nossas forças mais profundas para continuar, conseguimos com muito custo nossa casa própria, nosso carro, enfim um conforto! Penso que a família, essa é a mais importante base da vida de um ser humano e, quando nós pensamos em abrir mão dela para adquirir bens materiais, dói, dói muito, mas nossa sociedade extremamente capitalista, onde come quem pode pagar, nos obriga a arrancar de nós um pedaço, para obtermos o nosso sustento.
Falando nisso, vez esta fui ao supermercado, eu estava lá comprando algumas coisas pro jantar, estava exausta do trabalho, peguei tudo o que precisava e, ao adentrar na fila para pagar, vi duas crianças, uma menina que aparentava ter 12 anos, e um menino que aparentava ter a idade do meu filho mais velho 8 anos. A menina segurando um pacote de açúcar, e, você via nos olhos deles a vontade de comer um daqueles doces gostosos que tinham ali na “boca” do caixa, (...) já senti vontade de comer algo quando eu não tinha dinheiro, sei como é aquela sensação, mas eu sabia, que era temporário, era até o próximo pagamento(...). Então fiquei ali, olhando e pensando comigo, poxa, agora, neste momento eu tenho condições de comprar algo para eles, então, prontamente, peguei dois doces bem gostosos e alguns pacotes de bolacha, paguei, e ao sair abordei eles na porta. Entreguei a sacolinha muito satisfeita, eles me olharam, olharam dentro da sacolinha e eu via nos olhos deles a gratidão, não precisam nem dizer uma sequer palavra.
Mas, mais do que fazer eles felizes, eles me fizeram muito feliz aquele dia, foi um gesto tão pequeno que me encheu de orgulho, e quando eu faço isso, eu penso muito nas prioridades da nossa vida, na minha família, nos meus filhos, no quanto a gente se doa pro trabalho, pro mundo capitalista e no quanto estamos doentes atrás de realizações pessoais a ponto de passarmos por cima, esmagando nossa felicidade, trabalhando horas sem dignidade alguma, para comer, beber, vestir e muitas vezes comprar aquele queridinho IPHONE. E esperamos que todos nos compreendam, nos aplaudam. Ah, mas aplaudam nossos bens materiais e não nosso caráter, não importam a quem aniquilamos para conquistar isso ou aquilo, se agredimos alguém no trabalho, se acabamos com nosso próprio corpo, se matamos as esperanças dos nossos filhos, se precisamos ter grandes trunfos nas mãos para chantagear as pessoas. Ah, não isso não importa! Afinal quero um carro zero e do ano.
É tão triste fazer parte dessa massa, muitas vezes não temos escolhas. E quando penso nos crimes que acometem o nosso país eu penso que falta tanta humanidade, falta tanta oportunidade, e é tanto ódio por aí, querendo a morte, querendo a prisão, querendo que os bandidos sejam queimados em praça pública.
Mas quantos de nós aqui não somos criminosos a ponto de ver e passar em cima de crianças famintas, de mães que às vezes são nossas vizinhas e não possuem o que comer! Aí de repente brigam dentro de suas casas, e nós na maior das repulsas criticamos, apontamos o tão famoso dedo indicador para acusar aquela mulher barraqueira. Gente, ela briga por que está tão cansada de trabalhar tanto como costureira, vendedora, doméstica, trabalhos estes que são tão cansativos maculam o corpo, a alma, e não dão sustento que aquela família merece.
Ninguém acorda disposto a matar (salvo raras exceções que possuem problemas psicológicos), todo mundo quer comida, roupa, ser feliz, muitos querem trabalhar, mas não tem oportunidade.

Todo mundo quer ser feliz, então, por favor, eduque seu preconceito, salve-se e salve as outras pessoas da máquina cruel capitalista. 

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