Olá leitores, abordei esse tema, pois escrever sobre questões filosóficas para mim é um suspiro entre a razão e a emoção:
O homem vive em busca de conhecimento, e muitas vezes pensa que a verdadeira fonte a ser explorada é a fonte da razão. Esta supervalorizada, exaltada e tida como a maior das verdades e como o melhor dos caminhos, ao contrário da emoção, pouco explorada, abandonada. Erroneamente, a busca pelo saber criou dois paralelos metafóricos.
A divindade que, segundo Platão, foi dado por Deus, é a razão, o raciocínio, tudo aquilo que essencialmente faz o homem progredir em seu conhecimento. Já a emoção, as paixões, essas segundo essa mesma teoria, Deus se obrigou a nos dar, por que sem elas (as emoções) nossa cabeça não se moveria de um lado para o outro. E desde então, Platão estudou esses dois institutos, e o homem lutou a vida toda para tentar separá-los. Até que um dia, atribuiu-se o sucesso, a conexão das emoções, com o agir, ou seja, racionalizar as emoções para que os trabalhos fossem realizados por uma mente racional. Daí surgiram os pensamentos extremistas, as pontas dos icebergs, aquilo que eleva ou destrói o homem, o que o impede de ser feliz, o homem totalmente racionalizado.
Tudo seria simples e fácil, bastava apenas fazer uso apenas da razão pura, do autocontrole, e tudo isso faria parte do autoconhecimento, da saúde emocional, do saber antes do ser, das justificativas para o bem próprio em detrimento do bem alheio.
As emoções eram as culpadas pelos desejos impuros, pelo pecado, eram culpadas pelos assassinatos, pelas discórdias e desentendimentos e ela para os religiosos não representavam a vontade de Deus, onde muitos pensavam que a conexão das emoções, estaria ligada a visão, a audição, gosto, odor, o tato, que estes são os órgãos sensoriais e das emoções nascidas do nosso encontro interior com o mundo externo e interno, e que não nasciam dentro de nossa própria mente. Considerada como vida animal, instintiva a emoção só poderia surgir das atitudes da plebe, e os nobres alcançariam o conhecimento por meio do intelecto livres de emoção e do sensorial. Muitas teorias foram criadas a partir da lógica, do raciocínio puro (inclusive a teoria pura do direito, teoria kelseniana), e tudo que afrontasse esta teoria, seria considerado um “transtorno psiquiátrico”.
Mas como por certo a emoção não podia ser deixada de lado, e então, voltou a ser objeto de estudos, logo se compreendeu que a mente não é cognitiva, motivacional ou emocional: ela é tudo isso e muito mais.
Descobriu-se que a cerca da vida somos treinados, domesticados, e nos sentimos envergonhados quando manifestamos e expressamos os nossos sentimentos. Mas estudos demonstraram que isso não passa de um entendimento tolo, e que nosso raciocínio depende das emoções para funcionar adequadamente. As emoções são pilares que sustentam a razão. Ou seja, aquele que expressa sua emoção, é essencialmente o ser mais livre que existe, mas não é aquele que luta contra a racionalização, ele é essencialmente pautado de coerência e personalidade.
Embora o esforço constante de deixar de lado a emoção, a todo momento as pessoas as expressam. As emoções estão presentes no suor, no ritmo cardíaco, na falta de ar, tremores, no timbre da voz, nos diálogos, nos movimentos corporais, na raiva, no medo, no desprezo, na alegria e em “n” situações.
As emoções são aquilo que te motiva a escrever, o que te motiva a trabalhar, o ponto de partida para decidir, para mudar uma situação, até mesmo a leitura pálida e inerte te leva a ter emoções.
Sem emoções, estaríamos provavelmente dormindo ou morrendo.
Você não precisa achar-se emocionalmente sensível, pois, você é, é um sentimento intrínseco a você, faz parte da sua composição!
Agora, ter bom senso, boas atitudes, ainda que dotadas de muita emoção, é uma escolha individual. A maneira com que as pessoas irão entrar ou sair da sua vida é uma escolha totalmente individual. O seu comportamento diante da vida é totalmente individual.
Portando, todos somos escravos das emoções, pois, todas as nossas atitudes são dotadas dela, e é impossível separar a razão da emoção, elas andam de mãos dadas.
E demonstrar esta emoção é o que te torna livre!
Sem culpa,
Sem medo,
Viva suas emoções, pois assim, estará dando a vida um significado e um sentido, pois, todas as marcas deixadas da sua presença neste mundo, serão advindas dos momentos mais emocionantes da sua vida.
Um forte abraço (cheio de emoções) para todos!
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